Um dos expressivos efeitos colaterais da pandemia do coronavírus, cujo status deixou de ser classificado como emergência de saúde pública de interesse internacional por deliberação recente da OMS, foi o crescimento extraordinário da ansiedade e depressão no mundo. De acordo com a OMS -Organização Mundial de Saúde houve um aumento de 25% na prevalência destas comorbidades a partir da pandemia.
Ainda segundo divulgação recente da OMS, o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. Dados do Conselho Federal de Farmácia apontam que a venda de antidepressivos e estabilizadores de humor, cresceram 58% no Brasil entre 2017 e 2021. O resultado disso tudo nós conhecemos. Aumento de gastos pessoais e familiares, redução de eficiência e produtividade na vida trabalho, lazer, estudos, adicionados aos efeitos colaterais que o uso de medicamentos em demasia causa em nossas vidas.
No meio dos Lexotans, Prozacs, Diazepans, e outros “ans” diversos com os seus efeitos colaterais, surge de maneira contida e silenciosa a “Biblioterapia”, um método subsidiário da psicoterapia; um auxílio no tratamento que, através da leitura, busca a aquisição de um conhecimento melhor de si mesmo e das reações dos outros, resultando em um melhor ajustamento à vida. Lista como objetivos da biblioterapia:
• Introspecção para o crescimento emocional;
• Melhor entendimento das emoções;
• Verbalizar e exteriorizar os problemas;
• Ver objetivamente os problemas, afastar a sensação de isolamento;
• Verificar falhas alheias semelhantes às suas; aferir valores;
• Realizar movimentos criativos e estimular novos interesses.
Recomenda livros de higiene mental e classifica-os de acordo com as fases da vida: infância, adolescência e idade adulta. Em outras palavras, a prescrição de materiais de leitura que auxiliem a desenvolver maturidade e nutram e mantenham a saúde mental. Inclui na Biblioterapia: romances, poesias, peças, filosofia, ética, religião, arte, história e livros científicos.
Neste sentido, quero lhes apresentar o livro “Um café com Sêneca” escrito pelo David Fideler e que trata do impacto do movimento filosófico chamado de “Estoicismo” na sociedade e na vida das pessoas, tornando-as capazes de suportar grande parte das adversidades da vida. Embora Sêneca não tenha sido o criador do movimento “Estoico”, a publicidade de sua obra o torna como um dos grandes expoentes do movimento. Foi contemporâneo de Jesus Cristo (viveu entre 04 a.C. a 65 d.C.) e segundo uma corrente de estudiosos teve uma forte influência no movimento cristão. Na visão dos “Estoicos” há quatro virtudes essenciais:
• Coragem;
• Justiça;
• Auto Controle;
• Sabedoria.
Uma das reflexões dessa mensagem, é te desafiar a pensar, em que nível você tem trabalhado cada uma destas virtudes na sua vida, incluindo as relações com os mais diversos interlocutores. Voce já parou para pensar sobre? Entenda como Sabedoria, a habilidade de julgar e agir corretamente na vida.
Há diversas recomendações nos meios sociais para a leitura recomendada, incluindo uma publicação por articulista do New York Times afirmando tratar-se do mais amigável dos livros estoicos da atualidade. Nele você vai encontrar os oito ensinamentos do Estoicismo Romano, dentre os quais àquele que afirma:
Quando algo negativo ou quando somos atingidos pela adversidade, não devemos nos surpreender, a sim enxergar o fato como uma oportunidade para criar uma situação melhor;
Para os estoicos, todo desafio ou toda adversidade em nosso caminho é uma oportunidade para testar e desenvolver nosso caráter interior.
A minha experiência foi impactante, razão da recomendação que estou fazendo. Penso que vale a pena gastar um pouco do nosso tempo para conhecer, criticar e avaliar a obra. Nas palavras do amigo, historiador, escritor e humanista Dante Galian, que escreveu o livro – a literatura como remédio- “todo bom livro tem efeito terapêutico e transformador” em nossas vidas.
Aproveite o seu final de semana. Seja corajoso, justo, sábio e tenha autocontrole.
Forte abraço!
Raimundo Sousa
@raimundosousa54