Dois dos grandes disseminadores do Cristianismo naua origem, os chamados evangelistas Mateus e Lucas, nos relatam a experiencia de um homem de posse, provavelmente um líder/empresário da época, que fora viajar por um tempo, e entregara seus bens/talentos aos seus servos (gestores) para cuidar durante a sua ausência. (parábola dos talentos em Mateus e das minas em Lucas). Ao retornar da viagem, chamou os servos/gestores para a prestação de contas e percebeu que um deles, aparentemente inseguro e com medo, mantivera o talento/bem guardado na forma que recebera e não obtivera qualquer vantagem/benefício como fizeram os demais, que os aplicaram e multiplicaram os seus valores. Este foi considerado pelo dono dos talentos um “servo/gestor” inútil, não lhe permitindo novas oportunidades.
Passados mais de 2.000 anos, essa história permanece presente e atual. Quanto talento/recurso desperdiçado em nossos dias, seja na vida pessoal, profissional, social e comunitária, decorrente de medos, inseguranças e inabilidades gerenciais das pessoas. Na perspectiva psicológica o medo é um estado afetivo e emocional, necessário para a adaptação do organismo ao meio. A nosso ver, isso significa que ele não necessariamente é negativo, mas deve ser transitório, resultado do desconhecido e não gerador de insegurança, que é o estado emocional causado pelo medo.
Existem vários fatores que podem desencadear o medo e a insegurança, e um deles é a incerteza e falta de controle. A falta de previsibilidade ou controle sobre eventos futuros pode gerar medo e insegurança. Quando não sabemos o que vai acontecer ou não temos certeza sobre o resultado de uma situação, é natural sentir essa manifestação.