O Viajante Consciente
Esta é uma “expressão metafórica” que um grupo de pessoas utiliza (a mim também agrada) para definir as empresas, incluindo as médias e pequenas, que estão engajadas com os compromissos e metas estabelecidos pelo ODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis.
Na visão deste grupo, as empresas desta categoria, são como viajantes que carregam apenas o essencial e respeitam o caminho por onde passam. Além da atenção ao meio ambiente e aos outros viajantes, elas são sábias na escolha do necessário, evitando peso excessivo e rastros destrutivos.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE:
Empresários e cidadãos capazes de 193 países assumiram, em 2015, através de seus governos, um pacto, compromissos de desenvolvimento sustentáveis (foram 17 ODS e 169 metas) com o propósito de promover uma grande transformação no mundo até o ano de 2030.
Uma das 11 metas do ODS 12 propõe a redução substancial na geração de resíduos, por meio de prevenção, redução, reciclagem e reuso. Convertendo esse objetivo em meta verdadeira (acrescentando valor e prazo), ela se materializa como “alcançar uma taxa nacional de reciclagem entre 25% e 30% até 2030”. Uma meta absolutamente audaciosa que veio acompanhada de ações e projetos governamentais para execução ao longo de 15 anos.
PANORAMA GERAL:
No âmbito nacional, e a despeito dos avanços nos últimos dois anos, capitaneados pelos catadores informais, a taxa real estimada em 2024 foi de 8%, aproximadamente metade do que se esperava alcançar até então, e a probabilidade de que a meta seja alcançada em 2030 é muito baixa. Em 2023, 41% dos resíduos ainda foram destinados a lixões, a despeito da obrigação legal de erradicar estes locais até o final de 2024. Apenas 14% dos municípios possuem estrutura completa de coleta e triagem.
No âmbito das empresas, sobretudo as grandes corporações, como já era esperado, os resultados são predominantemente superiores. 100% das empresas alimentícias listadas na B3 adotam as regras do ODS 12, com nível de reciclagem de papelão superior a 60%. Nas médias e pequenas empresas convencionais, o nível de reciclagem ainda não supera 5% na média, configurando uma extraordinária oportunidade para evolução.
MORAL DA HISTÓRIA:
Um dos aprendizados até aqui está relacionado com as metas, que vale tanto para a vida pessoal quanto comunitária e profissional. Elas devem ser mensuráveis, desafiadoras, mas factíveis de serem alcançadas, com perspectivas de curto, médio e longo prazos e com estratégias (ações, projetos, programas) que nos permitam alcançá-las e crescer.
Um segundo aprendizado diz respeito à busca de oportunidades de negócios nas grandes metas dos ODS. Lembre-se de que são 169, que uma vez desdobradas podem passar de 1.000. Somente para este indicador da taxa nacional de reciclagem existem aproximadamente 900 empresas formais de reciclagem e 4.800 cooperativas. As cooperativas geraram mais de R$ 17 bilhões em tributos e outros R$ 18 bilhões em renda e salários.
Um terceiro, e não menos importante, de tantos outros que podem ser vivenciados, diz respeito à aprendizagem da busca do “essencial”. Buscar o essencial é concentrar-se no que realmente importa e traz valor para todos os envolvidos no processo. É viver com mais foco e menos pressa. É priorizar poucas ações com alto impacto. É eliminar excessos de toda a natureza. É inspirar equipes com metas e clareza de propósitos. É agir com consciência em todas as relações e tornar-se transformador do mundo.
Com as palavras atribuídas a Clarice Lispector, segundo as quais “sou antes de tudo um ser que busca”, recomendo que você busque evoluir todos os dias, em todos os aspectos da jornada, mantendo-se atento aos movimentos e oportunidades que a vida nos oferece.
Raimundo Sousa.
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ODS.- Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis criados com a ONU.