Mensagens para Reflexão

 

Open Sea... Mar Aberto

Evitando a Tempestade Perfeita

 

Por Raimundo Sousa, em 15 de julho de 2020

 

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   Uma palavra que desperta atenção e cuidados ao ser mencionada, e que me traz algumas reflexões. A mais recente aconteceu ao assistir uma série de ficção do Netflix chamada “O Sucessor”, ainda em cartaz. Na ficção, há uma empresa com o nome – Open Sea –, grande geradora de empregos, portanto querida na sociedade, que captura, processa e comercializa “pescados” numa determinada região da Espanha. Ao longo dos episódios é possível identificar vários “insights” para a vida empresarial, sobretudo a importância da “gestão do compliance” para o sucesso de empresas, seus acionistas e executivos;

   Navegando na analogia com “águas e oceanos”, mirando no eixo empresarial, há muitas organizações de negócios investindo recursos, focados na busca dos seus “oceanos azuis”, que na visão dos autores da obra de mesmo nome, (W. Chan Kim e Renée Mauborgne), é a melhor forma de superar a concorrência buscando mercados ainda não explorados. Na metáfora marítima, o oceano azul é um local em que se pode nadar livremente, com baixo risco de ondas e predadores. No livro são apresentados alguns princípios que norteiam a estratégia do oceano azul, com destaque para “orientar a execução estratégica”.

   No ambiente altamente competitivo em que vivemos, com informações compartilhadas na velocidade da “luz”, encontrar “oceanos azuis” tem sido “escasso” e por tempo limitado. Uma vez identificados, os projetos de negócios bem-sucedidos, rapidamente, tornam-se objeto de desejo de investidores e empresários em busca de oportunidades, acirrando a concorrência. Em nossa visão, os chamados “oceanos vermelhos” – mercados já saturados –; “roxos e violetas” – uma mistura de azul com vermelho –; e os “verdes” – adaptados pelas forças e transformações da natureza –, são palcos de atuação da maioria das organizações que buscam competitividade continua.

   Mesmo que você entenda que o seu negócio não esteja “surfando” num mar aberto (aquele que tem ligação com os oceanos e, portanto, ambientes com larga extensão e profundidade), parece-nos apropriado, neste momento, refletir sobre vantagens e riscos de mercados que tenham esta característica. Por natureza, os mercados “mar aberto” são amplos, altamente competitivos e trazem em seu bojo riscos de “vagalhões” – ondas gigantes (surpresas...) correntes contrárias (políticas contraditórias, regras inconstantes) e a presença de predadores (informalidade, dumping, custos tributários redundantes).

   Além de lidar com estes riscos externos, as organizações, em geral, estejam elas, surfando num “mar aberto”, “fechado”, “continental” ou nas praias, rios, lagoas e córregos, também estão sujeitas ao que chamamos de “tempestade perfeita na gestão”. O termo “tempestade perfeita”, muito usado pelos economistas, segundo o jornalista Daniel Fernandes do Estadão, é um jargão adotado para definir um conjunto de fatores negativos que se somam para construir o pior dos cenários” – uma convergência de circunstâncias que levam a uma catástrofe. Ao nosso ver, além dos impactos externos, há um conjunto de estratégias, práticas e políticas na gestão das empresas que tem levado e podem levar mais empresas a situações catastróficas, como prejuízos contínuos, insolvência, recuperação judicial, incorporações e até mesmo fechamento dos negócios, nestes tempos turbulentos. A seguir listamos as circunstâncias que, contribuem para uma “tempestade perfeita na gestão dos negócios”:

 

  • Posicionamento não adequado;
  • Competências essenciais desconhecidas ou pouco exploradas;
  • Execução não qualificada.

 

   Para “mitigar” os riscos de uma tempestade perfeita em seus negócios, recomendamos sete estratégias que a nosso ver podem ser implementados com alguma dedicação e baixo custo:

  1. Conheça a proposta de valor dos seus produtos e ou serviços, bem como o mercado real e potencial;
  2. Encontre o diferencial entre seus produtos e ou serviços, frente às empresas congêneres, e defina estratégias de abordagens, conversão, logística e fidelização;
  3. Monitore continuamente o mercado, as expectativas e satisfação dos clientes e promova os ajustes com agilidade;
  4. Conheça as competências essenciais do seu negócio. Quais são as suas forças? Onde você é muito bom?  Potencialize-as intensamente. Abandone aquilo em que você não seja competitivo;
  5. Tenha um – driver – efetivo (eficiente e eficaz) para a gestão. Fluxo de caixa e ou orçamento, indicadores para todos (poucos e que validem a geração de riquezas do negócio), com planos de ação claros e executáveis;
  6. Embarque e use a tecnologia de maneira “inteligente”. Avalie e se implementado, monitore o retorno do investimento neste recurso para gestão;
  7. Valorize as pessoas e estimule o seu desenvolvimento. Seja seletivo com as pessoas e mantenha aquelas que produzam valor para o negócio. Estimule o trabalho colaborativo e as pessoas competentes reais e potenciais.

   Certamente, esta discussão não se encerra com as breves abordagens aqui apresentadas. Cada leitor deve ter o seu valor de juízo acerca do tema, mais ou menos aprimorado. O nosso propósito, como de costume, é submeter o assunto para reflexão, e nos colocar a disposição de quem eventualmente desejar avançar sobre ele. Nós estamos seguros de que “juntos” poderemos ampliar o debate e encontrar o caminho mais adequado e factível para a realidade de cada um.

 

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   Raimundo Sousa